SOB VIGILÂNCIA
À espreita,
nuvem maliciosa
desaba
o corpo na lona
azul cobalto.
Incorpora-se, então,
a dor nos póros entorpecidos
por falsas películas de felicidade.
Surge uma leitura
só osso e nervo;
a descoberta do prazer
como excesso de cordas na orquestra.
Os olhos gritam
décadas de convívio deletadas
em fina ferocidade.
A cidade expande suas fronteiras
com as pedras de palavras em demolição.
Inseguros, sentimos sensores
rastreando a pronúncia de novos movimentos
como se uma presença antiga
convertesse afeto em penitência.
José Antônio Cavalcanti
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